Origem da plavra Caipira

Baseado na Grande Reportagem “Os Rumos da Música Caipira no Vale do Paraíba”, de Anderson Borba Ciola e Fábio Cecílio Alba, a origem da palavra caipira ainda é motivo de controvérsias. Segundo o Dicionário do Folclore Brasileiro, de Luiz Câmara Cascudo, a palavra significa “homem ou mulher que não mora em povoação, que não tem instrução ou trato social, que não sabe vestir-se ou apresentar-se em público. Habitante do interior, tímido e desajeitado...”. Robert W. Shirley, em seu livro “O fim de uma tradição”, critica a posição de Câmara Cascudo, dizendo que: “Esta definição em si mesma, revela a extensão da grande lacuna social entre os escritores urbanos e os camponeses, pois, de fato, o caipira tem uma cultura distintiva e elaborada, rica em seus próprios valores, organizações e tradições”. Já no Dicionário Aurélio é encontrada a seguinte definição: “Habitante do campo ou da roça, particularmente os de pouca instrução e de convívio e modos rústicos”. Cornélio Pires, jornalista e violeiro, em seu livro “Conversas ao pé do fogo” define a palavra caipira da seguinte forma: “Por mais que rebusque o étimo de caipira, nada tenho deduzido com firmeza. Caipira seria o aldeão; neste caso encontramos o tupi-guarani capiâbiguâara. Caipirismo é acanhamento, gesto de ocultar o rosto, neste caso temos a raiz ‘caí’, que quer dizer gesto de macaco ocultando o rosto. Capipiara, que quer dizer o que é do mato. Capiã, de dentro do mato, faz lembrar o capiau mineiro. Caapiára quer dizer lavrador e o caipira é sempre lavrador. Creio ser este último o mais aceitável, pois caipira quer dizer roceiro, isto é, lavrador...”.

22.2.11

Pedro Malasartes

Pedro Malasartes
O herói preferido da gente simples, que adora suas artes, quase sempre contra os mais ricos e
poderosos. Tradicionalmente esperto, escorregadio, pai de todas as artimanhas, enganos, seduções
e astúcias, é de se ver como o homem do povo, simples, crédulo e humilde, adora ouvir suas
histórias.
Vinga-se o popular da sua posição subalterna vendo o personagem sair sempre ganhando, por
sua astúcia e por suas artes, dos que lhe são superiores. Uma espécie de Robin Hood sem armas.
Não é criação brasileira, apesar de estar espalhada por todo o Brasil. É personagem universal,
praticamente de todos os países, em toda as épocas.
Há até versões ambiciosas, literárias e intelectuais, como, por exemplo, o Pedro de Urdemalas,
de Cervantes.
É interessante a origem do primeiro nome do personagem: segundo Câmara Cascudo, o nome
"de Pedro se associa ao apóstolo São Pedro com anedotário de habilidade, imperturbável, nem
sempre própria do seu estado e título. Na Itália, França, Espanha e Portugal, São Pedro aparece
como simplório, bonachão, mas cheio de manhas e cálculo, vencendo infalivelmente".
Um estudioso reuniu 318 histórias e variantes com o personagem, mas este número pode ser
infindo, pois sempre que se conta uma história de algum esperto levando vantagem contra alguém,
logo esta história aparece mais adiante como "mais uma do Pedro Malasartes".
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Pedro Malasartes, Malazartes, ou das Malasartes é um personagem tradicional da cultura portuguesa e da cultura brasileira.

Segundo Câmara Cascudo "Pedro Malasartes é figura tradicional nos contos populares da Península Ibérica, como exemplo de burlão invencível, astucioso , cínico, inesgotável de expedientes e de enganos, sem escrúpulos e sem remorsos."[1]

A menção mais antiga do personagem é na cantiga 1132 do Cancioneiro da Vaticana, datado do século XIII e XIV:

"chegou Payo de Maas Artes
com seu cerame de chartes...
semelha-me busuardo
viindo en ceramen pardo...
log'ouve manto e tabardo".[2]

Variantes culturais deste personagem surgem noutras regiões da Europa, como Pedro Urdemales na Espanha, Till Eulenspiegel na Alemanha e Pedro de Urdes Lamas na Andaluzia.[3]
[editar] Na Cultura Popular

Duas óperas brasileiras tem o personagem por protagonista: Malazarte de Oscar Lorenzo Fernández e Graça Aranha, e Pedro Malazarte, de Mozart Camargo Guarnieri e Mário de Andrade.

O personagem chegou ao cinema em As Aventuras de Pedro Malasartes, de 1960, com Mazzaropi no papel principal.

O comediante brasileiro Renato Aragão honrou a influência do personagem em seu trabalho encenando Didi Malasartes no programa Renato Aragão Especial em 1998[4].
[editar] Ver também

* Les Fourberies de Scapin

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